Alexandria
Alexandria é uma cidade e província (Al-Iskandariyah) do Egito, estrategicamente situada em uma zona portuária natural, no litoral do Mar Mediterrâneo, com acesso navegável o todo o Vale do Nilo. Possui 4,1 milhões de habitantes (2006) e é a segunda maior cidade do Egito.
Alexandria era uma cidade grega no Egito, fundada em 331 aC por Alexandre, o Grande, onde existia o povoado de Rakotis. A Ilha de Faros, onde foi construído o famoso Farol, foi citada por Homero, na Odisseia, como tendo um porto de boa ancoragem. Em 331 aC, Alexandre partiu para a Ásia e deixou Cleômenes como coletor de impostos do Egito.
Com a morte de Alexandre, em 323 aC, seu Império foi dividido e o Egito ficou com o general Ptolemeu, fundador da dinastia ptolemaica, que durou até 30 aC. Cleômenes ganhou fama de corrupto e foi executado por Ptolemeu. Alexandre foi enterrado em Mênfis, mas seu túmulo foi levado para Alexandria, por volta de 280 aC. A localização de seus restos mortais é controversa.
A influência grega no Egito é muito anterior à conquista de Alexandre, como foi atestado por Heródoto. Séculos antes, muitos soldados gregos combateram em favor do Egito.
Ptolemeu faleceu no inverno de 282/283 aC. Seu filho e sucessor Ptolemeu II deu continuidade à transferência da capital de Mênfis para Alexandria, que foi capital do Egito por quase mil anos, até o domínio árabe, no século 7.
Alexandria era uma cidade murada e levou décadas para ser construída, mas cresceu rapidamente. Durante o reinado de Ptolemeu II, a Cidade foi dividida em três distritos principais: Rakotis (egípcio), Brucheum (grego) e um distrito judeu. Tinha palácios, jardins, aqueduto, canais e fontes ornamentais, jaulas com animais de várias partes do mundo, anfiteatro, ginásio, templo, estádio, hipódromo e uma instituição acadêmica (Museu) que abrigava a famosa Biblioteca de Alexandria, além do Farol, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Com o tempo, ocorreu um sincretismo religioso e a arquitetura tornou-se um misto de grega e egípcia.
Com o tempo, Alexandria superou Atenas como o maior centro helenístico do mundo. Até o século 4, foi o maior centro acadêmico da Antiguidade. Sua fama atraía muitos sábios e artistas de várias partes. Era uma das maiores cidades do mundo.
A dinastia dos ptolemeus durou até 30 aC, com a morte de Cleópatra VII. Depois, o Egito tornou-se uma província romana. O Imperador Augusto visitou Alexandria e decidiu que a Cidade seria governada pelos próprios alexandrinos, mas houve conflitos com Roma.
Em meados do primeiro século da Era Cristã, segundo a tradição, Marcos, o Evangelista, chegou em Alexandria, onde estabeleceu uma Igreja Cristã. Mais: Cristianismo no Egito ►
No século 4, o Egito era parte do Império Romano do Oriente e o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império. A cultura acadêmica perdeu seu prestígio de outrora. A Biblioteca deixou de existir após o século 5 ou antes.
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Em 642, o Egito foi ocupado pelos árabes, que transferiram a capital de Alexandria para Al Fustat, ao sul do atual Cairo, junto à Fortaleza de Babilônia. Alexandria continuou como um porto importante no Mediterrâneo, mas sem o brilho de outrora. No final da Idade Média, Alexandria estava na rota das especiarias. Embarcações venezianas e genovesas levavam produtos, vindos das Índias, para a Europa. Mas, no início do século 16, a competição comercial acirrou-se com a chegada dos portugueses às Índias, pelos oceanos. Em 1509, os portugueses derrotaram os egípcios e turcos na batalha de Diu e passaram a dominar o Oceano Índico.
Em 1477, foi construído o Forte Qait Bey sobre as ruínas do antigo Farol de Alexandria.
No início do século 20, a Alexandria era o porto mais importante da África. Tinha uma movimentada estrada de ferro que se conectava ao Canal de Suez.
No final do século 20, pesquisas arqueológicas intensificaram-se, buscando resgatar o que for possível da antiga Alexandria, com apoio da Unesco. Partes da antiga Cidade estão abaixo do nível do mar e existe muita coisa soterrada. Em 2002, foi inaugurada a Bibliotheca Alexandrina, no local da antiga Biblioteca, com muito sobre as pesquisas em curso e sobre a história da Cidade.
Monumento a Noiva do Mar, em frente à Nova Biblioteca de Alexandria, na orla do Mar Mediterrâneo. Obra do escultor egípcio Fathy Mahmoud de 1962, representando uma antiga lenda do deus do mar com cara de búfalo, que envolve uma bela mulher, a "Noiva do Mar Mediterrâneo", como alguns chamam Alexandria.
O Forte Qait Bey, em Alexandria. Construído em 1477 pelo sultão mameluco Al-Ashraf Sayf ad-Din Qa'it Bay para proteger a Cidade. Fica no sítio histórico do antigo Farol e usou suas pedras para a edificação do Forte. Atualmente, abriga um museu marítimo.
Postal colorizado de Alexandria, cerca de 1900, Praça dos Cônsules (Praça Mohamed Aly). Edição L. Papazoglou & Co. Época da ocupação britânica.
Por Jonildo Bacelar
Palácio de Montaza, situado no Distrito de Montaza, em Alexandria, construído na primeira metade do século 20, como um palácio de verão real. Depois, tornou-se palácio presidencial. Hoje, abriga um museu.
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Orla de Alexandria sob o pôr do sol.
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Foto: David Evers (com edição de cores)