Cristianismo no Egito
As mais antigas referências ao Deus de Abraão, no Egito, remontam à época de Moisés. Textos em hebraico do Velho Testamento (a Septuaginta) foram traduzidos para o grego, em Alexandria, na época dos ptolemeus, antes da Era Cristã, quando existia um distrito judeu, em Alexandria.
O Cristianismo chegou ao Egito em meados do primeiro século da Era Cristã, durante o domínio romano. Marcos, o Evangelista, pregava em Alexandria, entre judeus. Ele é considerado o fundador da Igreja de Alexandria e seu primeiro bispo.
Em Roma, o Cristianismo espalhou-se rapidamente. Por volta dos anos 60 da Era Cristã, políticos e membros de outras religiões passaram a culpar os cristãos por muitos males. Muitos foram perseguidos e mortos.
Segundo a tradição, Marcos foi arrastado pelas ruas de Alexandria por idólatras de outros deuses até sua morte, por volta de 68 da Era Cristã. Apesar da perseguição, o Cristianismo espalhou-se pelo Egito.
Em torno do ano 190, foi fundado o Didaskaleion, a Escola de Catequese de Alexandria para a formação de teólogos cristãos.
No início do século 4, o Imperador Diocleciano promoveu uma campanha que resultou no martírio de muitos cristãos. A perseguição aos cristãos terminou em 313, quando Constantino garantiu a liberdade religiosa aos cristãos. Em 380, Teodósio tornou o Cristianismo uma religião oficial do Império Romano. Em 392, Teodósio proibiu o culto a deuses pagãos. Antigos templos egípcios, como o de Luxor, foram adaptados para funcionar como igreja cristã.
Os cristãos passaram de perseguidos a perseguidores. Em 415, a acadêmica Hipátia de Alexandria foi martirizada em um templo cristão. Sua morte representou simbolicamente o fim do Helenismo.
No século 5, Alexandria era uma das cinco sedes episcopais do mundo cristão e era comandada por um patriarca, equivalente ao papa de Roma. Grande parte dos cristãos egípcios adotavam a doutrina monofisista, em que a natureza de Jesus Cristo seria apenas divina, não humana. Em 451, o monofisismo foi rejeitado pelo Concílio de Calcedônia, mas a doutrina continuou popular entre muitos cristãos, inclusive no Egito.
Vários mosteiros foram fundados no Egito, entre os mais antigos do mundo. O mais famoso é o Mosteiro de Santa Catarina do Monte Sinai, do século 6. O Egito abrigou uma grande quantidade de monges.
No século 7, os árabes muçulmanos passaram a conquistar territórios do Império Bizantino. Em 642, os muçulmanos tomaram controle do Egito, derrotando os cristãos bizantinos. Gradativamente, a língua egípcia foi substituída pelo árabe, mas a Igreja Cristã egípcia continuou a adotar a língua original, chamada de copta, na Europa.
Na época das Cruzadas, o Egito foi um dos campos de batalha. Os cruzados construíram uma fortaleza na Ilha do Faraó para dar apoio às investidas militares e protegerem os peregrinos cristãos.
Em 1054, houve o Grande Cisma da Igreja Cristã, quando a Igreja de Roma separou-se das igrejas cristãs orientais, chamadas de ortodoxas. No Egito, tem-se a Igreja Ortodoxa Copta, com sede em Alexandria.
O Patriarcado de Alexandria continuou a existir, mas outras doutrinas cristãs chegaram ao Egito, a partir do século 19. Os britânicos trouxeram os primeiros missionários da Igreja Anglicana, em 1819, e consagraram sua Igreja, em Alexandria, em 1839. Em 1876, a Catedral Anglicana de Todos os Santos foi consagrada no Cairo.
Mais: História do Egito ►
A Igreja Anglicana de São Marcos, em Alexandria, consagrada em 1839 (fonte: Illustrated London News, 1846).
Cena do filme Ágora (2009) em que Hipátia (Rachel Weisz) foi martirizada por cristãos, no ano 415. Simbolicamente, representou o fim do Helenismo.
Ruínas do Mosteiro de São Simeão, na Província de Assuan, do século 6 ou 7.
Painel sobre a Ascensão de Cristo, do século 6, no Mosteiro de Santa Catarina do Monte Sinai, Egito. Segundo a referência da Belmont University, Tennessee, Maria, em pé, abaixo de Jesus, representa, aqui, a Igreja. Jesus eleva-se com anjos. Paulo está à direita de Maria.
Copyright © Guia Geográfico |
Cristianismo no Egito
◄ Egito