História da Fotografia
O desenvolvimento do processo fotográfico tem origem no princípio da câmara escura, conhecido há muitos séculos. Nesse processo, uma câmara escura, com um pequeno furo, permitia que uma imagem externa fosse projetada em uma de suas paredes. No século 16, o uso de lentes permitiu o refinamento da técnica. A imagem podia ser desenhada com traços por cima da projeção, para fins artísticos ou de engenharia, por exemplo (veja ilustração embaixo, à direita).
No Brasil, o uso da câmara escura era usado, no século 18, pelo engenheiro baiano José Antônio Caldas, o primeiro a utilizar essa técnica no País.
Há muito tempo sabe-se que certos materiais são sensíveis à luz. No século 18 ou antes, já se sabia que a luz podia escurecer sais de prata. No início do século 19, imagens que duravam algum tempo já eram registradas em câmaras escuras. Mas o primeiro registro considerado como sendo uma fotografia durável, foi realizado em 1826 pelo inventor francês Nicéphore Niépce (1765-1833), utilizando uma câmera escura e substâncias químicas sensíveis à luz.
Em 1833, o tipógrafo francês Antoine Hercule Romuald Florence, quando estava no Brasil, descobriu, em 1833, um processo de reprodução e fixação de imagens, que chamou de photographie. Seus trabalhos foram redescobertos em 1973.
Louis-Jacques-Mandé Daguerre (1787-1851) aperfeiçoou o processo de Niépce, obtendo imagens mais nítidas com tempos de exposição bem menores. Ele publicou seu método, em 1839, em um livreto que foi traduzido em várias línguas. Esse método deu origem ao daguerreótipo, um equipamento que permitia aplicar o método de Daguerre.
Daguerreótipo também era o nome dado às fotografias tiradas até meados do século 19 pelos chamados daguerreotipistas. Nessa época, muitos livros de fotografias foram publicados.
A fotografia ganhou o mundo a partir dos anos 1840 e revolucionou a cultura. Para muitos pintores, já não fazia sentido a busca da perfeição através do pincel e o movimento impressionista foi, sem dúvida, um resultado desse processo.
Até os anos 1850, os daguerreótipos eram muito usados como base para litografias, pois era difícil gerar imagens de boa qualidade. A litografia era um processo de gravação de desenhos, sobre pedra calcária ou metal, como preparação para impressão.
No Brasil, um dos primeiros daguerreotipistas foi o estadunidense Charles de Forest Fredricks que teve alguns de seus daguerreótipos litografados, inclusive um panorama de Salvador de 1848. Mais: Fotografia na Bahia no século 19 ►
Em 1858, Gaspar-Felix Tournachon tornou-se o primeiro a realizar uma fotografia aérea. Ele subiu com um balão e fotografou a vila francesa de Petit-Becetre.
Por volta de 1860, as fotografias ganharam qualidade consistente, veja o exemplo acima de uma fotografia de Benjamim Mulock. Técnicas e equipamentos continuavam evoluindo, mas ainda era difícil tirar fotos de pessoas em movimento, devido ao elevado tempo de exposição requerido.
A fotografia logo demonstrou seu poder no registro de eventos históricos, científicos, sociais e empresariais. Fotógrafos registraram, por exemplo, cenas da Guerra de Secessão nos Estados Unidos (1861 a 1865) e da Guerra do Paraguay (1864 a 1870). Fotógrafos também eram contratados para registrar o andamento de obras, especialmente as de construção de ferrovias. Em 1873, a expedição científica britânica do navio H.M.S. Challenger esteve na Bahia e tirou várias fotos.
Nos anos 1870, o uso de placas secas com gelatina, muito mais sensíveis à luz, permitia reduzir bastante o tempo de exposição das fotografias. Logo, técnicas com fotografias sequenciais eram capazes de dar a ilusão de movimento. Estava dada a largada para o desenvolvimento do cinema.
No final do século 19, fotografias em preto e branco já eram colorizadas manualmente. Em 1907, o processo de autocromo foi lançado na França, sendo o primeiro processo prático de fotografia em cores.
A primeira foto da superfície terrestre tirada do espaço foi feita por um foguete V-2, lançado em 24 de outubro de 1946 do Novo México, em um voo suborbital. Em 1969, a chegada do homem à Lua foi fotografada. No final dos anos 1980, surgiram as primeiras câmaras capazes de registrar fotografias digitais. Nos anos seguintes, satélites foram lançados para fotografar a Terra. No final do século 20, a fotografia ganhou novas dimensões com os poderosos telescópios espaciais.
Técnica da câmara escura para a reprodução de imagens no próprio local. A câmara reproduzia uma imagem em um anteparo. Era comum que a lente aproximasse a imagem captada, como um efeito de zoom. Um decalque era desenhado em um papel transparente (fonte 19th Century Dictionary Illustration). No Brasil, o primeiro a utilizar essa técnica foi o engenheiro baiano José Antonio Caldas, no século 18.
A primeira fotografia de Niépce feita em 1826. Foi tirada da janela de sua casa de campo, em Le Gras, na França. O tempo de exposição foi cerca de oito horas, resultando em brilho do sol nas paredes dos dois lados.
O Cais das Amarras de Salvador e seus prédios de cinco andares, em 1861, foto de Benjamim Mulock.
Uma rosa feita por duas galáxias em imagem do telescópio Hubble. No século 21, a fotografia continua a evoluir.
O francês Gaspar-Felix Tournachon (1820-1910), mais conhecido como Nadar, em uma charge publicada em 1863. Ele foi o primeiro a realizar uma fotografia aérea tomada de um balão cativo, em 1858.
Primeira foto da Terra tirada do espaço em 24 de outubro de 1946. Feita através de um foguete V-2, em voo suborbital, lançado do Novo México.
Imagem registrada por Daguerre em seu estúdio, em 1837.
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História da Fotografia
Por Jonildo Bacelar