História da França

O território da atual França é habitado há milhares de anos. Vários século antes da Era Cristã, tribos celtas, de origem indo-europeia, instalaram-se na região. Por volta de 600 aC, os gregos fundaram a colônia de Massilia (atual Marselha), influenciando os povos da região, com sua cultura.

Os romanos chamavam a região de Gália (incluía também a Bélgica e parte da Alemanha) e começaram a conquistá-la em 121 aC, quando dominaram a área desde o Mediterrâneo até o Lago Genebra, na atual Suíça. Denominaram essa área de Província, nome que deu origem à região francesa de Provence. Entre 58 e 50 aC, Júlio César conquistou o restante da Gália, o que foi um de seus maiores triunfos. A Gália foi dividida em províncias.

Nos séculos seguintes, houve uma romanização da região, incluindo a assimilação do latim.

A partir da segunda metade do século 3 da Era Cristã, a Gália sofreu incursões de tribos bárbaras, como os francos e os alamanos. Em 476, o Império Romano do Ocidente foi extinto. No final do século 5, os francos, já convertidos ao Cristianismo, assumiram o controle da Gália.

No século 7, o reino franco entrou em decadência e foi dividido. Em 714, Carlos Martel, filho bastardo de Pepino II, tomou o poder. Nessa época, os árabes estendiam seus territórios na costa do Mediterrâneo e na Península Ibérica. Mas, na França, Carlos Martel os expulsou.

No século 8, Carlos Magno, filho de Pepino III, assumiu o poder e expandiu seus domínios. Em 800, o Papa Leão III sagrou-o Imperador, governador do Império Romano, embora fosse melhor definido como um Império cristão. Após sua morte, em 814, seu Império enfraqueceu e acabou sendo dividido em domínios feudais. O Feudalismo começou a se instalar na Europa depois da queda do Império Romano do Ocidente, mas intensificou-se a partir do século 9. O Império de Carlos Magno foi parcialmente reconstituído no século 10, vindo a se tornar o Sacro Império Romano, mas com um poder central fraco e, posteriormente, envolvia principalmente os povos alemães.

Durante o século 9, os vikings fizeram uma série de invasões à França. Em 911, um tratado concedeu, como um feudo, parte do território aos invasores: a Normandia.

No século 11, a Europa era formada por conjuntos de feudos, administrados por cidadelas, cercadas por muros de pedras. As alianças eram forjadas principalmente por casamentos entre nobres. No final desse século, começaram as Cruzadas, que buscavam "libertar" a Terra Santa do controle dos muçulmanos.

Em 1066, o Duque da Normandia, embora vassalo do Rei da França, assumiu o trono da Inglaterra, como Guilherme I. Em 1154, Henrique Plantageneta, Conde de Anjou, da Touraine e do Maine, na França, assumiu o trono da Inglaterra. Henrique era casado com Leonor da Aquitânia, também da França, e assim tornou-se senhor de grande parte da França ocidental. Esse imbróglio feudal acabou detonando a Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre França e Inglaterra, até a expulsão dos ingleses dos territórios da França.

Nas décadas seguintes os soberanos franceses concentraram-se principalmente em fortalecer e consolidar o Reino da França. Os soberanos deram passos progressivos na direção do Absolutismo.

No início do século 16, os franceses arriscaram-se na exploração do Novo Mundo, dominado por portugueses e espanhóis. No Brasil, pirateavam o pau-brasil. Por volta de 1509, o fidalgo português Diogo Álvares Correia, o Caramuru, que navegava com os franceses, naufragou no litoral de Salvador, Bahia. Em 1528, a princesa tupinambá Catarina Paraguaçu foi batizada na Catedral de Saint-Malo e casou-se com Diogo Álvares. Os franceses tentaram estabelecer colônias no Brasil, mas foram expulsos pelos portugueses. Entretanto, fundaram colônias na América do Norte que prosperaram.

A partir do século 17, a França tornou-se uma potência europeia e ultramarina. Luís XIV marcou o apogeu do Absolutismo na França. Em 1666, fundou-se a Académie des Sciences.

No século 18, as ciências ganharam mais espaço nas mentes europeias. Em 1751, foi publicada a Encyclopédie por Denis Diderot e Jean d'Alembert. Os privilégios concedidos ao clero e à nobreza geravam crescente insatisfação na população. Novas ideias combatiam a intolerância religiosa e o absolutismo. O Rei Luís XVI arrastou-se para uma crise financeira, com elevados débitos de guerra.

Em 1789, o Antigo Regime desabou. Luís XVI convocou, para maio, a Assembleia dos Estados Gerais, composta por membros da nobreza, do clero e pelo Terceiro Estado, com representantes do povo (não todo o povo, mas principalmente a burguesia). Os Estados Gerais eram convocados apenas em crises e não se reuniam desde 1614. A nobreza decidiu organizar-se em uma câmara separada, o clero, também. Mas o Terceiro Estado recusou-se a fazer o mesmo. Em 17 de junho, após debates sobre o impasse, o Terceiro Estado decidiu que eles se tornariam a Assembleia Nacional, numa sensacional inversão de poder, em que se lançaram do terceiro para o primeiro lugar, acima do Rei. A nobreza e o clero foram convidados a unir-se à nova instituição. A nobreza, entretanto, declarou a nova Assembleia ilegal. O Rei mandou fechar a sala destinada ao Terceiro Estado, ordenando que todos os deputados deveriam ouvir seu discurso em 23 de junho. Mas, em 20 de junho, os deputados reuniram-se na Sala do Jogo da Péla (uma espécie de quadra de tênis coberta) e juraram solenemente continuar as reuniões até que a França tivesse uma nova constituição.

No discurso do dia 23, o Rei jurou respeitar as liberdades civis, concordou com a igualdade fiscal e prometeu que os Estados Gerais se reuniriam regularmente no futuro, mas em câmaras separadas para o clero e a nobreza. A França se tornaria, então, uma monarquia constitucional.

Era muito pouco, muito tarde. Ao serem convocados para se reunir, pelo oficial responsável, o presidente da Assembleia Nacional respondeu que eles não recebiam ordens. Uniram-se à Assembleia, 150 deputados do clero. A contragosto, dias depois, o Rei orientou os nobres a unirem-se à Assembleia Nacional.

Nos dias seguintes, o Rei mandou 20 mil soldados para as ruas de Paris. Naquele ano de 1789, o suprimento de alimentos caiu e os preços aumentaram muito. Era mais lenha na fogueira. Vendo tantos soldados nas ruas, os franceses temiam por uma reversão da causa patriótica e se rebelaram. Em 13 de julho, parisienses assaltam lojas de armamentos. Em 14 de julho, invadiram o Hôtel des Invalides, que funcionava como arsenal, e levaram milhares de rifles, em seguida, a Bastilha foi tomada pelo povo. Em outra parte de Paris dois oficiais foram linchados, presumivelmente por tramar contra o povo. Eleitores de Paris expulsaram os oficiais reais da Prefeitura, instituíram uma municipalidade revolucionária e organizaram uma milícia para patrulhar as ruas. Rebeliões similares ocorreram em 26 das 30 maiores cidades francesas.

Em 27 de agosto, a Assembleia promulgou seus princípios básicos: a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (Déclaration des droits de l'homme et du citoyen). Seu primeiro artigo estabelecia que homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos. Uma revolução jurídica e social para a época.

Seguiu-se um período de instabilidade política crescente até se transformar em um regime de terror. Em 1792, a guilhotina foi instituída como instrumento para execuções públicas. Em 1793, o Rei Luís XVI e a Rainha Maria Antonieta foram executados por traição. Muitos membros da Assembleia foram guilhotinados, incluindo líderes como Danton e Robespierre (1794).

A instabilidade política e social, por que passava a França, foi o palco perfeito para Napoleão Bonaparte emergir como líder militar. Em 1799, após um golpe de estado, Napoleão assumiu o poder. Em 1804, foi coroado Imperador. Seguiu-se um período expansionista. Até 1807, várias nações europeias caíram sob seu controle.

No final de 1807, as tropas de Napoleão invadiram Portugal. Em vez de entregar seu Reino para a França, como fizeram outros soberanos, o Príncipe Regente D. João seguiu para o Brasil, desembarcando em Salvador, em janeiro de 1808. Em 10 de junho, Dom João declarou guerra a França e os portugueses lutaram, com apoio da Inglaterra, para expulsar os franceses. Em 1809, Dom João invadiu a Guiana Francesa, como represália (devolvida somente em 1817). Em 1811, os franceses foram expulsos de Portugal. Em 1812, a Rússia imitou Portugal, com uma retirada estratégica de Moscou, para voltar a atacar e derrotar os franceses.

Em 1815, Napoleão foi definitivamente derrotado e preso na ilha britânica de Santa Helena, no Oceano Atlântico. Lá, morreu em 1821.

Com a queda de Bonaparte, a monarquia voltou à França. Reinaram Luís XVIII (1815-1824), Carlos X (1824-1830) e Luís Filipe, que abdicou em 1848.

Em 1848, uma nova revolução deu início à Segunda República. Luís Bonaparte, sobrinho de Napoleão, foi eleito presidente. Após um golpe de estado e um plebiscito, ele se tornou o Imperador Napoleão III, em 1852.

Nos anos 1860, os alemães buscavam unificar a nação, liderados por Bismarck, ministro da Prússia. Napoleão III resistiu à ideia, entrou em guerra com a Prússia, em 1870, e saiu derrotado. A França perdeu a Lorena e a Alsácia para os alemães. O Segundo Império caiu. Napoleão III foi preso e exilado.

Em 4 de setembro de 1870, a República foi proclamada na França, pela terceira vez. A guerra com a Prússia terminou, em 1871, e os franceses foram obrigados a pagar uma pesada indenização.

Em 1906, o mineiro Santos Dumont realizou o primeiro voo completo tripulado do mundo, em Paris, com seu 14 Bis.

No início do século 20, a França passava por um período de prosperidade econômica e social, interrompido em 1914 pela Primeira Guerra Mundial. Em 1918, a França saiu vitoriosa da Guerra, mas economicamente arruinada. Dessa vez, foram os alemães que tiveram que pagar uma pesada indenização.

Ressentidos com as humilhações da Primeira Guerra Mundial e a deterioração econômica, os alemães colocam Hitler no poder e, em 1939, iniciaram a Segunda Guerra Mundial. Os alemães ocuparam o norte da França. A resistência francesa foi liderada pelo General De Gaulle. Em 6 de junho de 1944, os Aliados desembarcaram na Normandia e libertaram a França, em 25 de Agosto.

Nas décadas seguintes, a França perdeu a maior parte de suas colônias na África e na Ásia.

 

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Europa 1810

 

Napoleão Bonaparte (1769-1821) foi o homem mais célebre da história da França.

 

 

Pont du Gard

 

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Carnac

 

Estados Gerais
Palacio de Versalhes

 

Carlos Magno

 

Palácio de Versalhes, residência oficial de Luís XIV.

 

Seção de abertura da Assembleia dos Estados Gerais (Assemblée des états généraux), em 5 de maio de 1789. Pintura do artista francês Auguste Couder (1790–1873) à pedido do Rei Luís Felipe, para o Museu Histórico de Versalhes, em 1836.

 

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Carlos Magno pelo artista alemão Albrecht Dürer (1471–1528).

 

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O aqueduto Pont du Gard, testemunho do domínio romano na Gália. Suas ruínas estão em Nimes, região de Provence. Foi construído em meados do primeiro século da Era Cristã e integrava um longo sistema de aquedutos com cerca de 50 km.

 

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Monumentos megalíticos de Carnac, na Bretanha. Cerca de três mil rochas foram erguidas, em épocas diferentes, durante o período neolítico. Não se sabe o motivo.

 

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Napoleão Bonaparte
Le Mans

 

Le Mans, em 1913, Coupe Internationale des Motocyclettes & Motocycles. Le Mans é um dos mais tradicionais circuitos de automobilismo do mundo. Em 1923, passou a ter duração de 24 horas.

A França entrou no século 20 com grande espírito esportivo. A façanha do mineiro Santos Dumont (1873-1932) com seu 14 Bis, em Paris, realizando o primeiro voo completo tripulado, também foi uma competição, vencida pelo brasileiro, em 1906.

 

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História da França

 

por Jonildo Bacelar